quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Estrela

Saltamos abismos e mergulhamos nas fontes.
Bebemos os desejos como água.
Dançamos ainda que a música se faça muda.
Abraças as minhas vergonhas que se escondem nas tuas.
Vestes a minha pele nua com a tua.
Há uma timidez eufórica nos nossos recantos.
São quentes, são íntimos, genuinamente mágicos.
Afogo-me no lume e faço-me tua.
Trespassas o céu onde não há luz nenhuma.
E deixas-me ser estrela de um fogo cadente que se insinua.
Num fim rápido que comove.
Tão intenso é o rasto de saudade que ainda dura.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Diz-me!

Promete que me dirás se não me amares.
Não deixes que eu descubra.
A descoberta é o que advém da procura.
Peço-te que me poupes a esse cansaço.
Tudo se perde nessa busca.
É uma ânsia constante, uma amargura.
Nessa crescente desilusão.
Melhor é que mo digas logo.
Sem culpas nem pesares.
Deixa que a única falta seja do amor.
Que ninguém pode julgar ou escolher.
Se não me amares diz tão somente - não te amo - e ponto final.
Não haverá nada que perdoar nesse fim.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

No Intervalo

Descubro…
É como se houvesse vários graus, patamares ou intensidades.
Amo a liberdade.
Um pouco mais acima, amo tudo o que sou e a vida.
E no intervalo, nem mais nem menos, amo-te!

domingo, 2 de setembro de 2012

Aeroporto

Eu gosto de aeroportos, desde miúda que me fascinam aqueles reencontros e aquelas despedidas.
Sinto-me sempre esmagada por aquele misto de sentimentos que paira naquele espaço.
Numa zona há abraços apertados, há olhares de saudade, há últimos beijos e últimas palavras.
No outro lado há os mesmos abraços apertados mas os olhares, esses são diferentes, são brilhantes pela alegria de quem chega ou vê chegar alguém que ama, são os primeiros beijos e as primeiras palavras.
Com o tempo e com a idade, deixei de achar tanta piada àquele sítio porque ultimamente me faz sempre, de certa forma, sofrer.
Se não gosto de partir muito menos gosto de ver alguém ir embora, sinto saudades muito antes do momento da despedida, saudades que só acalmam quando, finalmente, tudo volta ao seu lugar e todos estão onde devem estar, juntos ou perto de mim.
Tenho o coração apertado, ainda mais do que quando me despedi de ti naquela maldita porta onde não fui capaz de pronunciar uma única palavra porque a cada tentativa o nó na garganta estreitava mais e mais. Sei que me percebes e sei que me ouviste através do nosso abraço demorado que me pareceu, porque me parece sempre, rápido demais.
Eu li as tuas lágrimas da mesma forma como leste as minhas, e sei que estavas a sentir o mesmo porque nos conhecemos para além do físico e do que é visível aos olhos.
Acompanhei-te por aquela parede de vidro até não ser mais possível seguir-te. Ali fiquei uma hora, fixada num quadrado do vidro pelo qual conseguia ver uma pequena parte daquele avião que te levaria.
Ali fiquei até ver aquele avião transformar-se num pequeno ponto no céu e desaparecer por entre as nuvens.
O meu coração continua apertado e juro que até sinto dificuldade em respirar, tu sabes que sou assim… sou sempre assim.
Ainda estás no meio das nuvens, provavelmente estás a ler ou a rir baixinho com alguma coisa que a pessoa que te calhou ao lado estará a fazer.
Também tens este nó na garganta e estás, com toda a certeza, tão triste quanto eu.
A tua almofada está na minha cama e vai ali ficar até voltares.
Eu sei que isto é tudo meio ridículo mas o amor é assim mesmo, um tanto dramático e patético.
Fazes-me falta, fazes-me mesmo falta…
Sossega-me apenas o saber que, provavelmente, irei visitar-te àquela cidade encantadora e cheia de luz.
Sossega-me o saber que, certamente, vai passar rápido, como tu dizes e repetiste ontem sempre que me enrosquei no teu colo.
Eu sei que o nosso amor vai para além das distâncias mas que posso eu dizer-te para além de que te quero sempre aqui comigo?!

domingo, 26 de agosto de 2012

Os Homens e os "joguinhos" de Futebol

Quase todos os homens que conheço, ou pelo menos todos com os quais me relacionei, jogam futebol com os amigos, uma ou duas vezes por semana lá vão eles.
As equipas estão constituídas quase desde a altura das fraldas, pelo que raramente são permitidos elementos novos.
Falam das ditas com orgulho, defendem-nas com fervor e, portanto, os amigos do "cacete" têm um lugar especial nas vidas deles. Chega a acontecer que os tais nos sejam apresentados da seguinte forma - "Este é o João, meu amigo do futebol".
Até aqui tudo certo, acho muito bem que pratiquem uma actividade física e se gostam dessa, pois que seja.
O que eu nunca percebi é o porquê de não poderem faltar e ai de quem insista para o fazerem, na medida em que se o fazem só podem ser umas insensíveis, inflexíveis e chatas.
Vai daí, estes joguinhos de futebol tornam-se o maior inimigo das mulheres, a seguir às sogras, claro!
Quem nunca ouviu semelhante frase - "Não posso faltar, não posso mesmo. Assim em cima da hora eles não conseguem arranjar ninguém para me substituir.". Saliente-se que o " em cima da hora" pode até ser uma semana de antecedência.
Depois vêm também com aquele motivo para lá de legítimo que é o facto do pavilhão lhes estar arrendado naqueles dias da semana até ao dia da sua morte, pelo que quem paga tem que usufruir ao máximo.
Portanto, a menos que no mesmo dia, à mesma hora, passe na televisão um jogo do clube do qual são adeptos - porque, minha gente, com este jogos ninguém brinca! - nada os fará faltar.
É normal, por isso, que quando uma amiga nos telefona em determinado dia a perguntar se queremos fazer alguma coisa, é completamente escusado perguntar onde anda o namorado/marido/amante/gajo-que-lhe-salta, porque a resposta, essa já conhecemos bem.
No entanto, pode acontecer o seguinte:
- Querida, jantamos hoje?
- Então, não tens futebol?
- Não vai haver… o Tó tem que ir com a Teresa escolher um presente qualquer de aniversário. Não arranjamos ninguém. (Tudo isto é dito com o maior ar de desânimo e tristeza).
Como é isto afinal? Os outros podem faltar mas o nosso homem nunca pode?! Os outros faltam (dava tudo para saber o tipo de ameaça que está por detrás destas faltas) em cima da hora por motivos aparentemente banais e o nosso não? Faltam e, afinal, o mundo não acaba nem há choro e ranger de dentes?! E se o confrontamos com tal, a resposta é - "Isso é lá com ele, eu não faço isso à minha equipa. Jamais os deixaria na mão".
É por isto que, nós chegamos ao ponto de gerirmos a nossa agenda, não marcando nada importante para os dias em que eles têm futebol, ou acabamos sozinhas num concerto qualquer.
Há uns anitos, arranjei convites para uma peça que o homem com quem andava na altura queria muito ver. Ligo-lhe com a boa nova de que no dia seguinte teríamos um excelente programa, aperitivo depois do trabalho, jantar num restaurante que adorávamos e depois a tão desejada peça numa grande sala da cidade. Foi aí que começou o drama (Era dia de jogo, bolas!), vieram as palavras de compreensão mútuas que soavam a vingança futura, a chantagem e manipulação emocional, sendo que quase entrámos num jogo de braço de ferro. E eis que ele se sai com a brilhante frase - "Vá, vamos decidir como um casal normal!", esta foi de mestre. Ainda hoje lhe bato palmas, ainda que continue sem perceber como decide um casal normal. Mas a verdade é que ele ia faltar ao jogo, não fosse eu ter conseguido convites para outro dia (não queria ficar com o peso de arruinar aquele jogo, sendo certo de que isso seria usado contra mim no futuro).
Anos depois, quando combinava uma ida ao cinema com um "amigo con derechos" (ainda por cima, era um filme do qual eu não gostava muito e durava três malditas horas), chega o momento de se escolher a sessão e diz-me ele que tem que ser a da meia-noite porque é dia de futebol e, com sorte, conseguiria lá estar às 23:50 - Santo Deus! Aquilo que tinha tudo para ser um bom serão, tornou-se num penoso episódio para mim… tirava os ósculos 3D, voltava a colocá-los, tirava-os, olhava para o tecto e desejava que acabasse o filme.
Tudo por causa desses jogos que têm que acontecer nem que o mundo acabe. E não adianta chorar, espernear, jurar vingança, ameaçar fugir e levar o cão e o carro, nada os deterá, nada!
Até já tentei saber se seriam as conversas do balneário o cerne da questão, mas não, dizem eles que não são comos nós e que não falam de nada de especial (está, vou tentar acreditar que nunca falam de "gajas boas").
Ah, e os jantares do pessoal do futebol?! Pois que também os há com frequência.
E é aqui que as mulheres são tão inteligentemente diferentes e mostram que sabem fazer melhores escolhas. Porque as mulheres (e toda a gente sabe que são obcecadas com a celulite, com as unhas, com o cabelo e por aí fora) têm o discernimento de dispensar uma massagem linfática, um tratamento corporal que está marcado há séculos porque a clínica é boa e muito concorrida, uma ida ao ginásio cuja mensalidade lhes é debitada mensalmente na conta ou uma ida às compras da qual precisam mesmo, em prol de um programa a dois, ainda que este até possa ser do mais simples.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A vida inteira

Fome nas mãos.
Ternura na boca.
Um olhar de súplica.
Um beijo que demora.
Um amor acorda.
E uma vida inteira à porta.

O que não fui

Deram-me a possibilidade de ser o que não fui.
Tudo o que quis foi perder-me por entre tempestades.
Subir todos os montes e abraçar liberdades.
E assim, presa a quem sempre fui, não agarrei o que sonharam para mim.
Perseguindo os abismos da saudade do que nunca existiu.
Aqui e agora, onde me encontro a viver da única maneira que me sei ser.
E pouco a pouco, o que não fui vai ficando para trás.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Limito-me a ajustar os dias à tua ausência.
Há saudades que nos arrastam sempre para uma tristeza que não tem fim.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor, sei lá...
Só o sei escrever.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Fome

Não, não tive fome de paz.
Sede de eternindade ou de luar.
Apenas uma vontade de ficar aqui e ali.
Perto do mar, o vento a beijar-me a pele.
Sentir o desejo nas veias como um veneno.
Paixão a pulsar.
E no fim de toda a espera,
Ver-te, ao longe, a chegar.
Nunca tive fome senão de ti.
De perder-me nas correntes, de mergulhar.
Troçando da solidão, saltar dos abismos.
Ser livre nos pensamentos e ser capaz de voar.

Há poderes assim...

Eu e tu percorremos a multidão na mesma ânsia.
O volume está no máximo mas só oiço a tua voz.
Chamas por mim no tom ao qual nunca resisto.
Podes dizer a todos que somos perfeitos a dançar.
Solto o cabelo onde em pressa se perdem os teus dedos.
Reclino a cabeça enquanto te envolves na minha dança.
Beijas-me a nuca, o pescoço e o ombro com calma.
Volto-me e procuro a tua boca que me chama.
Olhas no fundo dos meus olhos e eu mergulho nos teus.
A única certeza no momento é a de que quero dar o salto.
Dás-me a mão com confiança e puxas-me para o infinito.
Certo ou errado, tanto faz agora.
A pele está quente e a vontade arde em verdade nos olhos.
Somos fogo e incendiamos o céu que se rende aos nossos desejos.
Afastamos as nuvens e tingimos o azul de vermelho berrante.
Somos perfeitos nestes momentos de fantasia.
Somos os melhores quando a loucura escorre por nós.
É selvagem este sentir de quem se quer.
Tentamos fugir sempre deste calor que guardamos em segredo.
E no meio de tudo isto esquecemos o principal…
Natureza nenhuma permite que se oculte uma paixão.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

És bom a valer mas, na verdade, a tua inteligência falha no momento em que subestimas a minha!
No amor, quando não queremos mais ou recebemos uma proposta melhor de outro lado, devíamos ser obrigados a "dar um mês à casa"!
Ultimamente desconfio sempre de alguém que, a todo o momento, tenha uma opinião pronta e aguçada sobre tudo e mais alguma coisa. Não sei se é medo ou cansaço...
Regra nº1 - depois de tomares uma decisão, não penses mais nas alternantivas que tinhas ou corres o risco de te desiludires e/ou arrependeres!
Todas as conclusões alheias acerca do que me é chegado resvalam sempre na minha indiferença e descrédito. Só falo por uma pessoa, eu própria, a única por quem me responsabilizo.
A hipocrisia é, sem dúvida, das maiores prostitutas do mundo!
Não há problema se, de vez em quando, andarmos em círculos. O importante é sabermos descobrir novidades a cada volta repetida e viver cada uma como se fosse a primeira e acreditando que será última.
De vez em quando, lá vem ele de entre as folhas e livros, como se gritasse da estante para que eu o lesse outra vez. E eu páro, leio, sinto e amo-o de novo, como se fosse a primeira vez!


http://www.youtube.com/watch?v=3Qdqhn1NHsc

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sente-se mais quanto mais perto se está de se mostrar tudo quanto se sente!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Não arrisco

Com o tempo percebes que, afinal, poucos minutos são realmente um desperdício e que as relações falhadas não são nenhum prejuízo.
Mas não sejas tolo, se tens ali a eternidade, não demores aqui nem sequer cinco minutos ou arriscas-te em vão!
Poucos arriscariam a eternidade por um prazer estúpido de míseros minutos porque poucos se satisfazem com quase nada e isso seria preferir viver para sempre a pão e água!
E eu não permito que te percas no caminho por muito que me custe que não possas ficar nem um segundo comigo.
Não o faço por gostar muito de ti, não!
Faço-o para que eu nunca tenha que ver a minha eternidade acabar-se em minutos no prazer de um colchão.
E que nunca me arrisque a confundir amor com paixão, isso seria saciar a fome com pão azedo e matar a sede com água envenenada!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Só há uma maneira de amar, amar verdadeiramente!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Eu acredito quando dizes que sou uma pérola porque, de facto, o teu lugar é numa pocilga!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Para a minha Irmã

É um amor maior.
É um amor que não controlo.
Como maior é o medo da perda.
E é sempre com angústia que te vejo partir.
Toda a ausência é dolorosa.
É um amor sempre ali.
É um amor adquirido.
É um amor mais do que necessário.
Um amor que poucos percebem.
Tão poucos alcançam o que nos une.
É um amor que dispensa palavras.
É um amor preocupado.
É um amor felino.
Daqueles que nos escudam.
Eu luto à tua frente em qualquer batalha.
E tu proteges-me sempre.
É um amor espelho.
Conheces em mim os recantos que ninguém sabe.
E eu sei todos os esconderijos da tua alma.
É um amor de sangue, de carne, de pele, de coração.
É um amor do início.
Como o ar da minha razão de ser.
Dói quando não estás.
Toda a distância me rasga.
E é por isso que peço que o meu fim seja o primeiro.
Porque sem ti não passo de nada.
Não há explicação…
Este amor é um abraço que transcende a vida, a morte e todo o espaço.

Duvidar poderá ser o primeiro passo para aprenderes e evoluíres ou o último antes de naufragares, cuidado com as dúvidas!
Tinha-me esquecido que há dores que o tempo não ameniza e vazios vestidos de saudade impossível de matar!

É Só Pena

As tuas palavras são setas bem precisas.
Tão certeiras no que resta do meu apreço.
Já não há nenhum calor na tua boca.
Porque todo o sangue arrefece quando mentes.
Na tua boca há só histórias reles e bem conhecidas.
E vais descendo porque as mentiras te pesam nos bolsos.
Resvalo sempre nessa tua fraqueza.
Mas não me importa que subas ao cadafalso.
Onde te inflamas e acrescentas pressa ao teu fim.
Ou que desças ao buraco que cavaste com as mãos.
De onde trazes erróneas certezas envoltas em lodo.
Já não caio nem tropeço nas tuas verdades rotas.
Tu não sabes nada do que há para lá da pele.
Não sabes nada do sabor da coragem.
Porque te escondes por entre glórias alheias.
Cheira a orgulho putrefacto, espelhado num olhar contaminado.
O teu, tão profundamente mesquinho.
Não há moralidade nas fábulas e teatros em que vives.
Debaixo desse corpo fantasiado, tens uma alma nua.
Porque todo o espírito que vive e transborda de si, não passa de vazio.
E tu não vês mais do que as próprias ilusões que ergues.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Em Branco

Vão-se as musas, vão-se os deuses.
Toda a inspiração parte em corrida impetuosa.
Paixão ou tristeza.
Constituição única do seu alento.
Vão-se as palavras, vão-se páginas em branco.
Ou se ama ou se deprime.
E eu, nem uma nem outra.
No sentir insosso do silêncio.

Desgaste

Tenho um coração maltratado, um tanto ou quanto mal comportado.
Tenho um coração adormecido em silêncio.
Pudera eu arrancá-lo do peito, tais são as ganas.
Pegar nele e sarar-lhe as feridas.
Limpar-lhe as nódoas e abraçá-lo.
Mas os braços não chegam e as mãos estão inertes.
Toda a força esvai-se em cansaço ferido e magoado.
Um cansaço da alma, de um espírito em desalinho.
Todo um desatino de quem sucumbe a cada sonho rasgado.
Resta-me uma vontade perdida, que se agarra a todo o nada.
Que a vida fez do meu amor uma mera ilustração.
Um enfeite, especial mas não mais que isso.
A vida fez do meu amor um objecto que vai mudando de lugar e de prateleira.
E cujo fim primeiro é dar beleza a um qualquer pobre do sentimento rei.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A morte é aquela curva apertada entre o aqui a que chamamos vida e o outro lado cujo nome não sei!

sexta-feira, 30 de março de 2012

O amor não se transmite. Pudera eu emprestá-lo...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Quando me dizes ao ouvido...

Quando me dizes ao ouvido, com toda a calma, que me amas.
Sinto como se estivesses, com toda pressa, a gritá-lo ao mundo em jeito de confissão.
Gosto que me digam - sou teu!
Gosto que me peçam para dizer - sou tua!
É bonito este sentimento de entrega que se mistura com a importância de podermos possuir alguém.
Mas é mentira.
Quem ama não tem.
Quem ama cuida só de amar.
Se fosses meu, se eu fosse tua, nada restaria para amarmos um no outro.
Quem possui não ama porque a posse mata o amor.
Quando me dizes ao ouvido que ninguém te teve como eu te tenho, é como se acreditasse que somos um do outro.
É como se nos esgotássemos um no outro, nos fundíssemos num só.
E é quando desejo ser tua, sem o ser de verdade.
É quando te digo baixinho ao ouvido que sou tua, numa declaração de impossibilidade sonhada.

O Inútil

O útil é cansativo.
É por isso que o inútil me dá prazer.
Dá-me prazer procurar alguma realidade no vazio.
Porque o oco tem conteúdo, ainda que vão.
Há sempre qualquer coisa, mesmo no mais superficial.
É a lógica das laranjas quando se espremem.
Muito ou pouco, dão sumo.
É como as pessoas…
Gosto de explorar o que é plástico.
Porque é inútil, porque me é novo.
Porque tanto faz, porque não importa.
Porque nunca espero que acrescente.
Há paz em nada esperar.
Nunca espero nada do que não me tem utilidade,
Porquanto não me cansa, e isso é um prazer.

quarta-feira, 21 de março de 2012

aos 27 pouco ou quase nada mudou

Não sou especial, não sou diferente e estou muito muito longe da perfeição, mas dentro da imperfeição do ser humano até vou sendo perfeitinha (quanta pretensão)!
Sou uma apaixonada, uma sonhadora… mas felizmente não sou a única! Sou de extremos, mas dizem que é nos extremos que estão os sentimentos mais genuínos.
Impulsiva, explosiva, exigente, precipitada, tenho o coração perto da boca…mas não guardo ressentimentos. Aprendi a perdoar, a por o orgulho e os preconceitos para trás e quando perdoo faço-o de verdade.
Sou naturalmente agressiva, mas sou generosa, sensível, chorona e peço desculpa.
Não sei mentir, e mesmo quando o faço (e odeio ter que o fazer) sou traída pelo meu olhar.
Quando gosto, gosto mesmo e não escondo… adoro dizer ao mundo o que sinto.
Confio demasiado nos outros, mas aprendi que isso não é mau!
Amo a minha família e os meus verdadeiros amigos e adoro partilhar tudo com eles, que me ensinam tanto… Amo casas cheias! Gosto de mimar as pessoas que amo e lutaria à frente delas em qualquer batalha!
Faço surpresas e adoro oferecer presentes, principalmente fora de datas especiais!
Aprecio os pequenos gestos, ligo aos pormenores, guardo recordações e faço colecções.
Adoro arte, nas suas mais variadas vertentes, gosto do esquisito e de esquisitos e diferentes.
Sou curiosa e interesso-me por tudo, gosto de saber, de falar (falo pelos cotovelos), de discussões inteligentes, gosto que me ponham à prova…
Não consigo viver sem música e sem o mar.
Adoro dançar e expressar-me através do corpo…adoro vinho whisky e champanhe, chocolate, pão e queijo, pipocas salgadas, gelado cookies and cream, girassóis, fado (quase todo), tradições(muitas...), poesia, um bom livro, desafios, viagens (quero ir à Mongólia, ao Uruguai e ao Zimbabué).
Quero casar e adoro histórias de amor e finais felizes.
Gosto de andar descalça, mas não dispenso uns bons saltos, adoro trapos e sou vaidosa.
Também gosto muito da falta de roupa...
Gosto de rir e que me façam rir até doer a barriga e reconheço que às vezes só digo disparates.
Lamechices, muitas de preferência e muitos beijos e abraços apertados!!!
Prefiro o dia à noite, gosto de acordar cedo e amo programas culturais…
Amo o verão, mas não há nada como o frio, uma lareira e boa companhia!
Muitas vezes prefiro ficar à margem, e sou do contra…Odeio hipocrisia, não suporto mentiras, meias palavras e desculpas esfarrapadas deixam-me fora de mim!
Acredito no amor, e adoro estar apaixonada…
Sou boa menina, mas se me pisam os calos…uiii é melhor estarem preparados ou saírem da frente. Consigo ser assustadoramente fria, calculista, refinadamente cruel e vingativa quando me sinto traida ou injustiçada. Quando sou boa sou boa, mas quando sou má consigo ser óptima!
Todos os dias sofro a falta de algumas pessoas que já não tenho comigo e todos os dias, dou mais valor à vida.
Sou desorganizada e irresponsável (contudo não fujo às consequências da minha conduta)… mas estou em processo de evolução nesse campo!
Já fui kitsch, dread, pitinha de argolas e florescentes… agora sou qualquer coisa, sou própria!
Estou sempre pronta para ajudar, sou simples mas adoro o glamour e coisas boas e requintadas…
Acreditei que um dia ia mudar o mundo, mas já me conformei…e empenho-me em mudar para melhor o mundo dos que me rodeiam!
Vivo os momentos com intensidade e sinto tudo bem cá dentro.
Ah, sou pimba, muito pimba!
Sou assim, vou ser sempre assim e não me importa nada!!!


20.11.2009

sexta-feira, 16 de março de 2012

A folha caiu e o gato miou

A folha caiu e o gato miou.
As palavras espalharam-se no chão.
Partidas, sujas, bastardas.
Inúteis quando não passam de encenação.
Como inútil é todo o castigo.
Basta a penitência de não teres perdão.
A folha caiu e o gato miou.
Ficaram as mentiras em cacos e tu em solidão.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Hoje sinto que há muitas coisas por dizer.
Sei que há muito que me deverias ter contado.
E carrego tanto que não quero calar.
Hoje sinto que me perdeste porque, afinal, nunca me soubeste encontrar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lembras-te?

Lembras-te de eu ter dito que o destino se cumpre sempre?
O remorso fez contigo o que o frio faz à circulação sanguínea.
Uma desaceleração da vontade e dos batimentos.
Aquela paz assustadoramente sozinha, com sabor a abandono.
Lembras-te de te falar do arrependimento?
Não há perda maior do que aquela que se veste de culpa.
E nesta batalha, o amor perdeu para a ilusão.
O caminho das aparências é ardiloso.
E eu disse-te…
O amor, quando o é, não se dissimula.
E agora, o destino cumpriu-se…

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

...

Não culpes a vida que isso não te vai pagar a dívida.
E a sorte é só um breve instante em que o empenho e a vontade se cruzam com a oportunidade!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ao verme!

Que não me lembro,
É o que respondo quando me perguntam por ti.
Que não te amo e que já esqueci.
Digo como se esfaqueasse o passado.
É a máscara de um coração maltratado.
Que não te conheço,
É a resposta pronta quando não me desvio e passo por ti.
Nada há de mentira aí,
Pois não posso conhecer alguém que fugiu de si.
Nesta montra que é a vida, fizeste a escolha errada.
Não vendo a dignidade, nem vivo de vida comprada.
Que não me interessa e nem quero saber,
Responderei se me disserem que já não andas,
Rastejas na lama sem coluna vertebral.
Ah…isso já não me espanta!
O verme sempre volta à sua mole condição natural…
Ao verme o sujo, que é seu por direito!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Amor..

O amor…
O amor é sempre uma coisa entre duas pessoas.
É um mistério que actua dentro de nós.
É um dom.
Amar é um dom…é um privilégio.
E é belo este dom com que nascemos, dom de amar.
Amar como ama o amor.
Amar o que vestimos por debaixo da pele.
O que não se vê, apenas se sente bem cá dentro.
Amar é despirmos a alma sem medo num abraço de cumplicidade.
É darmos o peito às balas em batalhas do outro.
Que agarramos como nossas na mais perfeita comunhão.
Que ninguém pense que é perfeito!
A perfeição está em nos amarmos nesta condição de sermos imperfeitos.
E desenganem-se os que pensam que o amor é uma sorte!
O amor é somente um instante em que a felicidade se cruza com a oportunidade.
O amor é assim… uma decisão!
E quando os critérios não são plásticos, as decisões são sempre sábias.
Que ninguém pense que é fácil!
Mas não há crises que matem o que é verdadeiro.
E o amor, quando o é, é definitivo, é inteiro, é completo, é íntegro e leal.
O amor é um passo de felicidade que se dá na vida.
E dão-se poucos…
Porque o amor e a felicidade são privilégios.
E a felicidade é amar e ser amado nessa mesma sem - medida.
Felicidade é uma magia que brilha nos olhos de quem ama.
É como se olhássemos as estrelas e não tivéssemos mais desejos a pedir.
Felicidade tem que ser em proporções exaltadas.
Porque o amor deve ser gritado e sublimado.
Sem deixar de ser discreto no seu orgulho e vaidade.
E porque não é um troféu, o amor dispensa esses desfiles de vanglória.
O amor é uma simples paz que oferecemos.
E é tanto…
É um regaço onde nos recolhemos no outro.
É falarmos num silêncio quase telepático de um conhecimento profundo.
O amor é um abraço em que, sempre, nos damos ao outro e à vida!
O amor, ah… o amor!
O amor é… tão-só amor.
É um momento e isso é quanto dura.
Só um momento, que se deseja, sem fim!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pelo Mal Que Fazes

O amor é um mistério, bem sei!
A ciência não está em desvendá-lo.
Não me preocupa que não o conheças.
Tão pouco que não o toques.
Apoquenta-me que não o procures.
Ou que o não sintas em alguns lugares.
Próximos, íntimos e bem claros.
Como é possível que não o vejas?!
Se te entra pelos olhos.
Se te agarra nas mãos e te conduz.
Preocupa-me que não o queiras.
E se isso tudo não é confusão,
É só falta de vontade!
E se tanta ilusão constróis,
Resta-me, sem réstia de pena, desejar…
Que a felicidade te vire as costas!
Que a vida te esbofeteie, pelo mal que fazes!
Pode ser maldade, talvez…
Mas que não há maior mal no mundo,
do que esse, de matar sentimentos à queima-roupa!
O único que não perdoo…

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A vida é uma montra onde, em exposição, escolhemos e somos escolhidos!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mentira

Mentira é a palavra mais suja a roçar o nojento, cinzenta a bater o triste, obscena... mentira é a palavra mais pornográfica do dicionário!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ó noite!

Dormi à noite ao relento,
Numa espera suspensa de te encontrar.
Na minha boca nem um lamento,
Só uma tristeza vidrada no olhar.
Ó vida!
Ó lástima!
Ó vizinha desgraça!
A morte faz de mim cadáver,
Nesta sede de me acabar!

Sê!

Sê para ti mesmo, o que eu sempre te fui, leal!
E inteiro, que no amor nunca me dou menos do que isso.
Porque não peço nada, tenho o que entrego, tudo!
De metade que seja só, porque nada mais aceito,
O teu lado que em encaixe com o meu, se faz um todo.
Romanceando essa teoria utópica das almas que, em duas partes, se completam.
E, mesmo assim, tenho dúvidas.
Que a vida só o é de verdade, se a agarrarmos com os dois braços.
E um amor mutilado é como um abraço desfeito ou um beijo apartado.
Como uma saudade que se afasta ou esquece,
Teimando em nos morrer em espera no peito.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Para a Laura

Ainda não te conhecemos, mas já todos te amamos.
O amor brinda-se com amor.
Deste lado, o mundo não é perfeito.
E as pessoas, por mais especiais, também estão longe disso.
Mas saberás descobrir que só importa o que vestimos por debaixo da pele.
Descobrirás que os amores imperfeitos são os melhores.
Porque afinal, é o que somos todos… imperfeitos.
Descobrirás que não há crises que abalem os sentimentos verdadeiros.
Descobrirás um mundo maravilhoso e nunca acredites no contrário.
Descobrirás passo a passo a sentir tudo e a viver.
Nunca te esqueças que a verdade está acima de tudo.
E só tem validade o que é verdadeiro, leal e íntegro.
Ainda não te vimos, mas já fazes parte da nossa história.
Vais aprender que há pessoas e momentos que ficam para sempre.
Vais aprender a lutar, a vencer, a perder e a persistir.
Vais correr atrás de sonhos, como as estrelas correm à noite no céu.
A natureza cuida de proteger os que ousam viver com verdade.
Vais querer abraçar a vida com a mesma vontade com que virás ao mundo.
E se for sempre intenso, não restam dúvidas de que valerá sempre a pena.
Ainda não te podemos abraçar, mas desejamos ouvir a tua gargalhada.
Terás uns olhos brilhantes e serenos, porque a genética é assim.
Serás criança e depois pessoa adulta, e em ambos serás feliz.
Serás mesmo feliz, sabes porquê?
Porque tens uns pais que te amam desde o primeiro momento.
Ou muito antes disso porque se amam e tu és fruto de amor.
És um tesouro maior do que eles próprios…
Tens uma família que estará sempre por perto e cuidará de ti.
Tens um sem fim de tios e tias, de sangue e emprestados, que estarão sempre cá.
Terás beijos, abraços e muitos regaços de aconchego.
Terás quedas e lágrimas, mas que te serão amparadas com carinho.
Ainda não te tocamos mas já te conhecemos.
Vou contar-te um segredo que ficará para sempre…
Na vida, o que realmente importa está para lá da vista, vem da alma.
O amor é espírito, conhece sem precisar de ver, o amor sente-se…
E, deste lado, onde te esperamos em ânsias, já todos te amam!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

...

Ser feliz é comer filetes com salada russa e saber-nos a magret de pato com puré de baunilha!

Saudades

Não sei o que fazer com as saudades que guardo.
Se as calo, trespassam-me a alma e vidram-me os olhos.
Se as largo, revoltam-se e impõem-se como muros que não avanço.
É inútil toda esta nostalgia.
Ter saudades, é uma bala a entrar no corpo.
Como inútil é a vontade te contar onde as escondo.
Devo enterrá-las na gaveta dos fundos.
É preferível esquecer o que é inútil.
Amar-te é inútil.
Amar-te não chega.
A vida é mais do que um toque ou um olhar profundo.
A vida é mais do que um abraço sem fim e um beijo que não acaba.
Tudo é pouco, é um nada para quem deseja mais.