quarta-feira, 23 de maio de 2012

É Só Pena

As tuas palavras são setas bem precisas.
Tão certeiras no que resta do meu apreço.
Já não há nenhum calor na tua boca.
Porque todo o sangue arrefece quando mentes.
Na tua boca há só histórias reles e bem conhecidas.
E vais descendo porque as mentiras te pesam nos bolsos.
Resvalo sempre nessa tua fraqueza.
Mas não me importa que subas ao cadafalso.
Onde te inflamas e acrescentas pressa ao teu fim.
Ou que desças ao buraco que cavaste com as mãos.
De onde trazes erróneas certezas envoltas em lodo.
Já não caio nem tropeço nas tuas verdades rotas.
Tu não sabes nada do que há para lá da pele.
Não sabes nada do sabor da coragem.
Porque te escondes por entre glórias alheias.
Cheira a orgulho putrefacto, espelhado num olhar contaminado.
O teu, tão profundamente mesquinho.
Não há moralidade nas fábulas e teatros em que vives.
Debaixo desse corpo fantasiado, tens uma alma nua.
Porque todo o espírito que vive e transborda de si, não passa de vazio.
E tu não vês mais do que as próprias ilusões que ergues.

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