terça-feira, 30 de março de 2010

Aquele dia...

Daquele dia guardo ainda a memória bem fresca.
Apaguei todas as palavras de paixão que trocamos.
Derrubei todas as pontes que nos pudessem ligar.
Esgotei as conversas,esgotei mesmo!
Mas, daquele dia guardo o gosto amargo do abandono
Cristalizei as lágrimas dentro do meu peito.
Peito dorido e ferido com marcas de sangue.
O mesmo sangue que antes fazias fervilhar dentro de mim.
Permanecem as perguntas suspensas num tempo que não volta.
Passaram-se anos e continuas tão presente!
Naquele dia conheci-te, abracei-te, perdi-te e temo que para sempre…
Tentei resgatar o passado, o único que valeu a pena.
Já tentei resgatar tudo ou qualquer coisa..
Mas, estás num futuro bem distante do meu.
Continuo a sonhar e a desejar poder sentir de novo a tua mão.
A tua mão grossa que me dava tanta segurança.
Ainda espero sentir, pelo menos uma vez, o teu perfume.
Às vezes ainda o sinto…tão igual…
Fecho os olhos e ainda ouço a tua gargalhada…
No meu silêncio escuto as palavras que me sussurravas baixinho…
As minhas memórias persistem, trazem saudade.
Já não sorrio quando penso em ti… não posso!
Há músicas que nunca mais ouvi… eram tuas, eram nossas!
A cada passo volto às imagens, gastas!
E mesmo doendo, peço-te que venhas…

Como vieste naquele dia...
Não esqueço aquele dia!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Se te amo!

Se te quero?
Não me quero sem ti!
Se te sinto?
Ainda te sinto em mim!
Se te procuro?
Quando estás, encontro-me!
Se me lembro?
Nunca esqueço!
Se te espero?
Não desisto!
Se te amo?
Ah…! Se te amo!

terça-feira, 23 de março de 2010

Não Sei Explicar...

Não sei bem o que sinto.
Nem sei o que deveria sentir.
Confusão.
Cansaço.
Sim,é fraqueza.
Uma certa indiferença, talvez!
O que importa o passado agora?
As lembranças são para arrumar.
Depois de tanto tempo…
Só agora?
Tão pouco para quem era tanto.
Reconheço que até gostei.
Parte de mim nada sentiu.
Mas, algo se mantém sempre que vejo o teu nome…
O coração ainda bate descompassado.
O turbilhão que me percorre em segundos.
A saudade, maior do que a distância.
E…
Continuo a desejar o abraço da despedida!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Aos 24 foi assim...

Cresci.
Chorei as minhas dores e desilusões.
Ri, ri muito.
Dei as maiores gargalhadas.
Mudei.
Aprendi tanto.
Perdi e ganhei em igual medida.
Abracei ainda mais.
Enterrei fantasmas.
Conheci pessoas e lugares.
Fiz amigos, amigos de verdade!
Escrevi.
Pedi conselhos e palpites.
Também eu os dei.
Dancei.
Amei demais.
Apaixonei-me.
Cantei a plenos pulmões.
Experimentei.
Espalhei sorrisos.
Falei, falei, falei.
Dei-me.
Viajei.
Vi maravilhas.
Vi maior.
Atravessei tormentas.
Saltei.
Mergulhei no mar.
Esqueci.
Cumpri metas.
Abri baús.
Guardei corações.
Consertei o meu.
Beijei ao acaso.
Beijei com certeza.
Senti brilhos.
Lembrei-me.
Bebi muito.
Acrescentei rugas.
Saudades.
Disparates.
Rasguei cartas.

Exaltei poesias.
Vivi.
Fui Feliz.
Fui eu.
Despeço-me desta idade.
Troco de pele.
Brindo-me…
Continuo menina.
Venham mais, quero muitos!!!!!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Legítimo Pedido

Faço-te um pedido,
Faz-me o favor de o cumprires!
Peço-te…
Quando te lembrares de mim,
Esquece-me por mais uns anos!
A nossa beleza está em não nos falarmos…
E dar-mos ao silêncio o triunfo da sua sabedoria.
Ver,
Não dizer uma palavra,
Reter as lembranças…
E deixar a imaginação cuidar do futuro.
É só o que te peço!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Aquela Dor No Peito

O Inverno passou e levou consigo todas as folhas caídas.
Meses de Inverno que foram anos…
A nossa história continua suspensa no vazio deixado pela tempestade.
O mau tempo passou… e essa dor que teima em ficar.
Uma dor no peito que te atravessa o corpo como um punhal de mágoa.
Não passa!
Tormento dos perdidos de alma e desafortunados de espírito.
Agonizas nesse martírio e suplicas por um tempo de serenidade.
Não chega!
Dor que difamaste na ignorância da sua grandeza.
Pausadamente te trespassa.
Quebraste a promessa da nossa eternidade.
Todas as juras…
Abatidas pela miragem que julgaste ser o teu céu.
Ah…! Um paraíso naufragado num mar de enganos…
Agora não aguentas essa culpa.
É demasiado pesar para um condenado.
Não aguentas…
Não chegam todos os meses, todas as estações e todos os anos.
As tempestades do tempo frio não limpam a amargura.
Perdeste o sentido e rasgaste as esperanças construídas.
Respondes com o peito, num grito de aflição contra o qual nada podes.
Ironia de dor que relevaste.
Dor que mata!
Impiedosa dor no peito que faz dos vivos miseráveis mortos.
Dor de quem carrega lágrimas de uma palavra largada ao vento.
Não a agarraste…
Ventura quebrada.
Destino que não abraçaste.
Sobra-te o infortúnio e esse irremediável remorso.
Felicidade estacada numa dor no peito que ainda não passou.
Uma dor seca como as folhas caídas de fim de estação.
O regresso é o caminho para o tempo feliz que há-de vir, sem tristeza.
Vem!
Só assim conseguirás chegar ao calor…
À estação das flores e da reconciliação da paz no peito.

terça-feira, 2 de março de 2010

Há Dias Assim...

Há dias em que me esqueço de ti, mergulhada nas explicações do destino, e teorias da predestinação.
Nesses dias perco-me nas minhas próprias encruzilhadas e essas tralhas do sentir.
Há dias em que me afundo dentro de mim mesma numa busca interminável.
Nesses dias, o mar é tão escuro e o céu tão vazio.
Sigo as pegadas da ilusão e da estabilidade imaginária.
Vou apagando a desilusão e reinvento esperanças nulas.
Há dias em que me esqueço de ti e nem ouso pronunciar o teu nome.
Perco-me em arritmias e palavras gastas.
Quando me encontro nunca te acho…
Nunca estás!
Chamo por ti em silêncio.
Tenho a voz áspera dos desafinados de amor.
Porque nunca te encontro?
Há outros dias em que me lembro de ti e de toda a tristeza que me ofereceste.
Ah! Essa ferida mal curada.
Mas, esqueço-te…tantas vezes!
A cada bater descompassado, a cada noite, a cada lua…
Lembro-me que te posso esquecer e conto todos os dias em que te esqueci.
Lembro-me a cada instante que o melhor é mesmo esquecer o que teima em não ser lembrado!