domingo, 14 de fevereiro de 2016

Chuva

As pingas certas e sequenciais que caiem do andar de cima,
Penso sempre que são lágrimas.
É ridiculamente inevitável, penso assim.
Imagino todas as lágrimas que me escorreram pelo rosto.
Daquelas quentes e salgadas que,
Como as gotas de chuva sempre certas e sequenciais,
Pingam do queixo para o peito.
Gosto do sabor das lágrimas,
Antigamente não gostava.
Quando vejo a chuva penso nisto,
E em todas as lágrimas que deixei por chorar,
Por cansaço, vergonha ou sei lá o quê.
Vejo a chuva e penso assim,
Tão ridiculamente patética,
Agradeço por ela chorar por mim.