Dei
um murro a um gajo que não conhecia de lado nenhum, no meio da rua.
Magoei-me
no pulso mas mais na alma, embora haja quem diga que foi merecido ou que teria
feito ainda pior no meu lugar.
Dancei
no meio da rua.
Dei
gargalhadas daquelas que atravessam o mundo.
Não
atravessei o mundo, mas viajei várias vezes… na vida e no pensamento.
Apaixonei-me
só uma vez e por um estranho (e acrescente-se doido varrido).
Mas
a paixão foi tão rápido quanto veio.
Comi
de mais, comi realmente de mais.
Devorei
chocolates e whisky.
Cumpri
promessas e soube-me a mel (a mel não que não gosto, soube-me a alheira).
Fiz
juras que vou cumprir dê por onde der.
Escrevi
pouco ou quase nada, não sei bem porquê.
Mas
li muito mais e lancei pragas sem fim ao novo acordo ortográfico.
Disse
não, aprendi a dizer não (finalmente).
Zanguei-me
com duas pessoas importantes.
Fiz
as pazes com uma.
Fui
mais calma, fui muito mais calma.
Senti-me
traída uma vez.
Desiludi-me
com pessoas e enfureci-me com o mundo.
Esforcei-me
mais do que nunca.
Dancei
menos do que gostaria.
Bebi
bastante, mas embebedei-me apenas 3 ou 4 vezes.
Nunca
para esquecer, sempre para lembrar.
Disse
obrigada muitas vezes e amo-te ainda mais
Tive
saudades incontroláveis de pessoas, de momentos e lugares.
Chorei
algumas vezes nenhuma delas de alegria.
Tive
medo de morrer e da morte em geral.
Fui
mais crente e rezei mais.
Não
desejei quase nada mas sonhei muito.
Esqueci
o que havia para esquecer.
Dormi
pouquíssimo mas fiquei na cama muito tempo.
Senti-me
velha.
Caí
pelas escadas três vezes e parti-me toda.
Melhorei
a minha fobia ao telefone e atendi quase todas as chamadas.
Conheci
pessoas novas e gostei.
Amei
só quem já amava.
Disse
disparates como se não houvesse amanhã.
Senti-me
insegura uma ou duas vezes.
E
velha, senti-me velha (já tinha dito - oops, vêem?! tenho razão).
Consegui
acordar e não saber que dia era, como as crianças.
Vivi
uma Quarta-feira impecável e só no final do dia soube que, afinal, era
Quinta-feira.
Valorizei
mais os fins-de-semana.
Cantei
a plenos pulmões e não foi só em casa.
Sei
que consegui alegrar pessoas e momentos.
Planeei
surpresas e ofereci presentes.
Tentei
não gastar dinheiro de forma parva e consegui quase sempre.
Aprendi
muito e cresci ainda mais.
Beijos
e abraços apertados, dei tantos quantos consegui.
Dei
mais conselhos do que ouvi.
Ouvi
mais sermões do que dei.
Senti-me
especial algumas vezes, com o olho a brilhar e tudo!
Fui
muito menos vaidosa e saí de t-shirt gasta.
Escrevi
cartas em segredo e enviei-as.
Fui
feliz, e se não fosse contra o “muito feliz”, até o diria agora.
Mas o mais importante é
que tive consciência de tudo isto!