quarta-feira, 26 de março de 2014

Nem Eu Sei

Na certeza de tudo quanto não me acho,
Cresce um medo absurdo do que ainda serei.
Isto, aquilo ou nada…
O que importa?
Nem eu sei.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Aos 28 foi assim...

Dei um murro a um gajo que não conhecia de lado nenhum, no meio da rua.
Magoei-me no pulso mas mais na alma, embora haja quem diga que foi merecido ou que teria feito ainda pior no meu lugar.
Dancei no meio da rua.
Dei gargalhadas daquelas que atravessam o mundo.
Não atravessei o mundo, mas viajei várias vezes… na vida e no pensamento.
Apaixonei-me só uma vez e por um estranho (e acrescente-se doido varrido).
Mas a paixão foi tão rápido quanto veio.
Comi de mais, comi realmente de mais.
Devorei chocolates e whisky.
Cumpri promessas e soube-me a mel (a mel não que não gosto, soube-me a alheira).
Fiz juras que vou cumprir dê por onde der.
Escrevi pouco ou quase nada, não sei bem porquê.
Mas li muito mais e lancei pragas sem fim ao novo acordo ortográfico.
Disse não, aprendi a dizer não (finalmente).
Zanguei-me com duas pessoas importantes.
Fiz as pazes com uma.
Fui mais calma, fui muito mais calma.
Senti-me traída uma vez.
Desiludi-me com pessoas e enfureci-me com o mundo.
Esforcei-me mais do que nunca.
Dancei menos do que gostaria.
Bebi bastante, mas embebedei-me apenas 3 ou 4 vezes.
Nunca para esquecer, sempre para lembrar.
Disse obrigada muitas vezes e amo-te ainda mais
Tive saudades incontroláveis de pessoas, de momentos e lugares.
Chorei algumas vezes nenhuma delas de alegria.
Tive medo de morrer e da morte em geral.
Fui mais crente e rezei mais.
Não desejei quase nada mas sonhei muito.
Esqueci o que havia para esquecer.
Dormi pouquíssimo mas fiquei na cama muito tempo.
Senti-me velha.
Caí pelas escadas três vezes e parti-me toda.
Melhorei a minha fobia ao telefone e atendi quase todas as chamadas.
Conheci pessoas novas e gostei.
Amei só quem já amava.
Disse disparates como se não houvesse amanhã.
Senti-me insegura uma ou duas vezes.
E velha, senti-me velha (já tinha dito - oops, vêem?!  tenho razão).
Consegui acordar e não saber que dia era, como as crianças.
Vivi uma Quarta-feira impecável e só no final do dia soube que, afinal, era Quinta-feira.
Valorizei mais os fins-de-semana.
Cantei a plenos pulmões e não foi só em casa.
Sei que consegui alegrar pessoas e momentos.
Planeei surpresas e ofereci presentes.
Tentei não gastar dinheiro de forma parva e consegui quase sempre.
Aprendi muito e cresci ainda mais.
Beijos e abraços apertados, dei tantos quantos consegui.
Dei mais conselhos do que ouvi.
Ouvi mais sermões do que dei.
Senti-me especial algumas vezes, com o olho a brilhar e tudo!
Fui muito menos vaidosa e saí de t-shirt gasta.
Escrevi cartas em segredo e enviei-as.
Fui feliz, e se não fosse contra o “muito feliz”, até o diria agora.
Mas o mais importante é que tive consciência de tudo isto!