quarta-feira, 19 de maio de 2010

Se me visses...

Quando me olhares, por favor, vê-me!
Já não aguento que me toques e não me sintas…
Tens-me sem que seja tua!
Para ti os meus gritos mais agudos são mudos!
Não abraces o desconhecido, não me encontro lá…
Inspira-me na tua exacta realidade…
Eis-me cá!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Passado fica no passado

Prendo-te na memória daquele beijo antigo que nunca demos!
Adoro ver-nos lá longe no baú das recordações.
Lá a nossa história tinha beleza e nós éramos mais bonitos…mais puros, mais genuínos e muito mais sonhadores.
Naquele tempo tudo era intensamente sentido, éramos imortais e não tínhamos idade.
Lá atrás a vida corria-nos nas veias, a paixão saltava-nos dos olhos, nunca estávamos cansados um do outro, aliás nunca estávamos um sem o outro!
Traz saudade pensar que os nossos laços já foram inquebráveis…naquela altura nenhum sentimento se esgotava e as palavras não se transformavam em armas afiadas e letais.
Um passado inatingível, desmesuradamente distante que até parece uma outra vida.
Uma vida estranhamente perdida no meio de nostalgias, ausências e melancolias.
Esta vida que acorda a cada passo do meio do pó, não se deixando apagar ou esquecer… teimosamente lembra-me que existiu e desperta-me o imaginário do que nunca aconteceu.
Faz-me voltar ao "se", ao "porquê" ao "destino"…à "escolha".
Foste meu naquele pretérito que fica muito para lá do que a vista alcança e do que o coração sente.
No entanto, houve tanto que nunca foi, tanto que não se realizou nem se sentiu… tanto que nunca demos e nunca fomos!
O que faltou ressalta a importância de se tentar, para que não haja espaço no futuro para lamentações e arrependimentos.
Não tentamos, mas a nossa beleza reside aí, no que não aconteceu, não transformando a nossa excelência em vulgaridade!
Não demos o beijo…e agora tudo é excessivamente antigo e com gosto a mofo.
Guardo-te para sempre na outra vida, que não morre nem tem fim.
Estás cá, estás presente dentro de mim…continuamos irresistivelmente belos e inesquecivelmente especiais nas lembranças… mas, tão-somente nelas!
Por isso, deixo-te ficar arrumado naquele passado, é lá que gosto de ti…não hoje!

Gosto tanto quando olho para trás...

sábado, 15 de maio de 2010

Asseguro-te que...

Não há razões,
Nem ouses dar-mas!
Desconheço motivos.
Desconheço causas.
Não vás procurá-las!
Se estas achares,
Deves guardá-las!
Não sei das ligações…
Ignora-as também!
Não me dês uniões!
Que se mas deres,
Fica certo…
De que vou usá-las!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Crise sentimental

Uma vez que o meu ano nunca começa como manda o calendário, começa sempre dois meses antes, cá me encontro a meio do ano e fechada para balanço.
Faço contas à sinistralidade emocional da minha vida e à quase ruptura sentimental.
Ora bem, um sinistro grave com direito a relato público, do qual resultou um traumatismo irreparável.
Seguem-se dois ou três choques frontais, com ferimentos ligeiros e alguns estragos, culpa da minha "irrepreensível condução". Um causado porque estava a olhar para o lado, outro porque alguém resolveu atravessar de repente e um último porque simplesmente tive que me desviar de um buraco que seria pior.
Acresce à lista uma batida sem grandes estragos, culpa do álcool.
E uma outra de estacionamento (não vi que o lugar estava ocupado) que causou estragos alheios de valor médio.
Vistas bem as coisas, podia ter sido pior.
Uns, culpa minha, outros nem tanto…ainda foram alguns acidentes.
Mas, dizem que a vida e o amor são mesmo assim "acidentados"!
Em todo o caso, acabo de me multar numa coima elevadíssima com uma pena acessória que nem vos digo.
Face às despesas resultantes da sinistralidade, encontro-me, portanto, em vias de falir.
Já não tenho meios para fazer face à crise e, com efeito, avizinha-se uma falência sentimental.
Imagine-se…eu à beira da falência! Quem diria?! Pois…
Por outro lado, é de salientar que tenho às costas um processo, por ter passado uns cheques sem cobertura (sempre pensei que a minha conta corrente dava para cobrir aquele amor).
Como podem ver, o panorama é negro e a crise amorosa generalizada não ajuda nada. Nadinha mesmo!
Já fiz alguns investimentos e até já concorri a alguns financiamentos…vamos ver como corre...

Com um jeitinho ainda ponho o coração a leilão - "leiloa-se coração em segunda mão, não muito económico, espaçoso, com alguns extras e,tendo em conta os acidentes, em bom estado"!
Desejem-me sorte!! ;)