terça-feira, 14 de julho de 2009

"...algumas recordações são piores do que balas!!! "

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Escreve-me...

Nunca me escreveste, nunca me dedicaste nada…
Em contrapartida, foste a minha inspiração, o meu motivo.
Mas, sei que no fundo nunca me ouviste, nunca sentiste verdadeiramente as minhas palavras. Lias e guardavas como se tratasse de um texto de um autor qualquer, nem te perdias a interpretar os sentimentos que lá estavam, a paixão que impregnava as palavras.
Eram palavras puras, era amor…era paixão, era um querer desmedido.
Nunca me escreveste e algumas vezes, nem me leste.
No momento em que te foste embora, no momento em que ela foi a tua escolha, o que mais me doeu foi ter percebido que houve dias em que não me leste e quando leste, não sentiste!
Foste embora e devolveste-me aquele livro que te tinha emprestado. Numa página qualquer estava a carta que te escrevi no dia em que to deixei na caixa de correio. Lembras-te? Uma carta e um trevo da sorte. Se a leste, não guardaste, deixaste-a ali.
Quando o constatei, foi mais forte do que eu, as lágrimas soltaram-se em catadupa, muitos soluços. Com a cara inchada e os olhos vermelhos atirei aquela carta para a lareira.
Fui buscar outras que, por algum motivo, não te tinha entregue, juntei o livro em que escrevia sobre ti e atirei tudo para a lareira. Fiquei horas a olhar para aquele fogo que consumia não só linhas, palavras, folhas, mas que destruía aquilo que foram sentimentos genuínos. Naquele momento prometi que jamais voltaria a escrever sobre ti ou para ti.
Mais uma vez quebrei essa promessa, e tu bem sabes que sou perita em quebrar promessas quando se trata de me afastar de ti!
Nunca me escreveste e sempre desejei que o fizesses.
Queria que me escrevesses sobre qualquer coisa, sobre ti, sobre mim, sobre nós, sobre fracassos ou desgostos, sobre amor ou paixão. Queria que me escrevesses qualquer coisa!
Gostavas quando eu te escrevia???
Lembras-te de alguma coisa que te tenha escrito???
Tens saudades disso???
Eu tenho e queria que tivesses.
Agora tenho quem escreva para mim, quem me deixe post-its pela casa ao acordar, quem me deixe mensagens em todo o lado, eu retribuo claro. Mas, não é igual…o sentimento não é igual, a intensidade é bem diferente.
As minhas palavras ficaram, de certa forma, órfãs… órfãs de pai, órfãs de ti. Ficaram sem sentido, agora são muitas vezes palavras soltas, ocas, vãs. Ás vezes são cruas, duras, nuas, completamente despedidas de sentimento. Isto é o que restou, continuo a escrever na tentativa de alcançar o gosto, o prazer que tive, mas perdi.
O tempo corre, mas a minha mão congelou, e escrever agora é um esforço…
Ela escreve-te como eu??? Admira-te como eu??? Grita como eu ao mundo que gosta de ti??? Sentes aquele turbilhão??? O arrebatamento??? O fervilhar da paixão???
Ainda perco tempo a pensar nestas coisas…não devia, eu sei!
Sempre me expus por ti, sem medo!
Escreve-me!!! Queria tanto!!!! Qualquer coisa, pode ser qualquer coisa…