quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Mulher e o Tupperware

Sim, leu muito bem… a mulher e o tupperware!
Essa febre desmedida, essa paixão, esse fogo que arde e que se vê à distância.
De facto, enquanto os homens só pensam em futebol (e sexo quanto baste), as mulheres só pensam em tupperwares ou pensam muito vá (quase mais do que em roupa, espantem-se).
Essas caixas de plástico (do demónio) são uma fixação estranha que os homens não percebem e, em boa verdade, nem eu.
Mas, desde a mãe, passando pela amiga e a acabar na vizinha, todas as mulheres têm uma colecção intocável de caixas e caixinhas, sendo que algumas delas são pequenos luxos (quase tão caros como uma Chanel).
E é vê-los belos e reluzentes, empilhadinhos numa organização digna de estudo e a fazer pendant em colunas dentro do armário.
E depois há toda uma panóplia, e há catálogos, e há clubes e há tudo e mais alguma coisa.
Abre-se um frigorífico e ei-los devidamente encaixados uns nos outros numa espécie de puzzle.
Há o tupperware que faz arroz e o que faz omeletes (espécie de bimby da tupperware), há o tupperware de transporte e o do frigorífico. E depois há aquele de ir ao micro-ondas e o outro que não pode ir à máquina de lavar loiça (e elas não se importam nada de estragar as unhas e de os lavar à mão). Há um especial de pic-nic e mais um especial de Natal e ainda outro lindo de morrer que fica super bem na bancada da cozinha com biscoitos. E o tupperware em forma de coração e o outro que é vintage, herdado da avó e que causou discórdia nas partilhas. Ah, e aquele que indica a dose específica de esparguete consoante o número de pessoas e mais aquele próprio para guardar bananas (quem diz bananas, diz maçãs e alhos… eles vêm em todas as formas e feitios) e mais um de guardar cebolas (lindo lindo, que até dá para pendurar na prateleira do frigorífico e ainda nos faz poupar espaço). E não esqueçamos, porque está muito na moda, o tupperware marmita, em vários estilos e com diversos separadores incluindo um espectacular de transportar molho (o que precisas mesmo para as saladas).
E os diferentes materiais e as diferentes colecções, e os variadíssimos tamanhos, e a troca de catálogos (semanal ou mensal) e as amigas especialistas que quase dão aulas de como aproveitar todas as funcionalidades dessas caixas, essas malditas caixas.
Tenho para mim que há quem guarde sobras, mesmo sabendo que dias depois vão para o lixo, só para dar uso ao tupperware que leva, exactamente, aqueles míseros 4 grãozinhos de arroz que vão ficar lindamente naquela caixinha.
Há o tupperware que nunca foi estreado porque ainda não se teve a quantidade ideal de sobras para o usar. 
Na verdade, eu não percebo nada do assunto e, confesso, não acho piada a b s o l u t a m e n t e nenhuma!
Porém, eu própria já me vi envolvida em situações complicadas com as caixas demoníacas. Porque não sei se sabem (e se ainda não vos disse, digo-vos agora) este assunto pode por fim ou, pelo menos, melindrar amizades. Vejamos… Houve um jantar em tua casa e a tua amiga amavelmente fez uns docinhos para levar. Por lapso o seu belo tupperware ficou esquecido em tua casa (bolas logo aquele que ela ama de morte e que só usa nestas situações por ser tão mágico). E já passaram 3 dias (sim, 3 dias) e nem sinais de o devolveres e, nesse momento, começam as mensagens… “Amanhã se vieres cá traz-me o tupperware, por favor! É que está a fazer-me falta. Ah, e não precisas de o lavar porque gosto de ser eu a fazê-lo! eheheh beijinho”. – UH?!?!?! É isso mesmo, medo de perder a sua caixinha, medo que fiques com ela, medo que a laves na máquina e perca aquele brilho e as purpurinas, medo de nunca mais o seu querido tupperware ser o mesmo… 
M E D O tenho eu, e muito, dessas caixas.
E a tua mãe, a tua avó, a tua tia, a tua irmã que te ligam em desespero – “Por acaso não tens por aí um tupperware branquinho, com tampa… tem umas pegas de lado também em branco. É daqueles rígidos e brilhantes. TENS??? Espero que não o tenhas usado para guardar nada com caril ou, valha-me o teu bom senso, não o tenhas emprestado ou lavado com esfregão!”
BOM SENSO?!?! Isso é o que uma pessoa pede perante isto!
A solução para estas situações… Deves ter sempre um tupperware daqueles mais fraquinhos (daqueles que escondes no fundo do armário que nem é digno ter daquilo assim á vista) para levares para casa das outras pessoas ou para os teus amigos levarem sem problemas (dizem as vozes da experiência de quem já perdeu algumas das suas caixinhas mais preciosas), assim se ficares sem ele, não vês a tua colecção incompleta (que isto de comprar a gama completa das caixinhas amarelas e depois ficares sem a caixinha de tamanho médio é um horror, fica a colecção estragada).
Homens que me ouvem, quantos de vocês já foram dispensados de ajudar a arrumar a cozinha por causa desse ritual fantástico e prazeroso que é o de escolher, de organizar, de guardar, de lavar essa coisa chamada tupperware?! Agradeçam ao tupperware, ah e, se possível, garantam que há sobras do jantar para se eximirem dessas tarefas e correram directamente para os braços da playstation!
Homens que me ouvem, deram o primeiro jantar em vossa casa àquela miúda por quem estão apaixonados e ela deixou um tupperware lá esquecido?!? Adiantem-se, mandem uma mensagem de boa noite e incluam um “P.S.Esqueceste de levar o tupperware… já está limpinho com todo o cuidado pronto para te ser devolvido “. Já agora aproveitem isso como desculpa para marcarem um encontro no dia seguinte, garanto que a conquistam pela certa! 
Homens que me ouvem, quantos de vocês não sabem o que oferecer para verem os olhos da vossa amada a brilhar como estrelinhas cintilantes (sim, porque quando ofereceram aquele livro best-seller, não aconteceu)?! Acho que já não preciso de vos responder…


P.S.  ir às compras e trazer uma bola gigante de queijo ou uma tonelada de iogurtes porque... sim... oferecem um tupperware!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Afinal, sonhar é não viver!

domingo, 2 de novembro de 2014

Depois Do Fim

Lá fora, a chuva cai grave e pesada.
Um dia, seja eu também uma gota.
Uma graça lembrada,
Nessa face em que escorra.
Afinal,
No fim somos apenas,
A lágrima acendendo a lembrança,
Para que nos corações não se morra.
Sim, essa saudade infinda.
Porque depois do fim,
Como as gotas da chuva,
Sim, depois do fim,
Somos tanta vida ainda.