segunda-feira, 21 de novembro de 2016

#Amor

Melhor do que conhecermos novas pessoas pessoas é descobrirmos novos encantos nas pessoas que já conhecemos.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

É Isto

Poesia não é para qualquer um.
Que até a podem tentar agarrar,
Mas a poesia é para quem com ela nasce.
Para quem vê para além das linhas.
Poesia é deixar escorrer a dor pelos dedos.
É ter o amor nas mãos preso às palavras.
Fechar os olhos e ver o que não está lá.
Porque o que importa nunca está na capa.
É dizer sem falar, partir e não voltar.
Perder-se nas emoções e deixar-se ficar lá,
Onde alguns não conseguem chegar.
Poesia é lufada de ar, é o que está debaixo da pele.
Ter coragem de se revelar sem farsa alguma.
Não a saber é não amar,
Porque só se pode amar quem lê a vida no mesmo poema.


(23 de Agosto de 2013)

sábado, 13 de agosto de 2016

Prometo

Prometo guardar-te na gaveta,
Bem lá no fundo,
Onde se esconde o fim do mundo.
Prometo que, mesmo que não me apeteça,
Vou esquecer-te um bocadinho todos os dias.
Não quero ver quem tu és,
Se não és quem conhecia,
Se já não sou quem tu vias.
Sim, vou fazer à tua maneira,
Esquecer tudo, prometo deixar adormecer.
Para não ter, a vida inteira,
De me lembrar de te esquecer.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Irmãos

Os irmãos são o nosso sangue, a nossa carne, a história que nos está na pele e os laços que nos prendem às raízes de quem somos e de onde vimos. 
À parte dessa condição que a natureza nos impõe ou, se preferirem, nos oferece, são o que escolhemos que sejam na nossa vida. 
Os meus, porque só assim me faz sentido, são a maior bênção, são um Amor com gosto a privilégio.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Aos 30

Tive o melhor domingo de sempre que só acabou na Segunda-feira.
Dancei tardes a fio, sozinha no jardim com um copo de gin.
Troquei de carro, finalmente.
Senti-me profundamente triste e percebi que o amor nos salva.
Mudei e acreditei.
Afastei-me de pessoas de quem gosto para não me esquecer de mim.
Não fiz fretes e disse "não" mais do que alguma vez.
Comecei a trabalhar numa coisa de que gosto.
Não faltei aos treinos e “dei o litro”!
Fiz abstinência de chocolate durante 40 dias, temi não sobreviver.
Conheci muitas pessoas novas e encantei-me com algumas.
Senti-me uma baleia e comi brócolos como se não houvesse amanhã.
Embebedei-me três vezes, sempre sem intenção.
Sofri e chorei por várias pessoas que amo, nunca de alegria.
Tive medo.
Aprendi muito e desvalorizei problemas.
Mergulhei num mar deserto e senti a vida no seu esplendor.
Dei abraços muito apertados mas recebi muitos mais.
Perdi o comboio de Lisboa para o Porto e apeteceu-me perder o seguinte e o outro e o outro.
Dormi pouquíssimo e amaldiçoei o despertador.
Dei beijos, muitos beijos.
Perdi a cabeça e cortei o cabelo acima do ombro.
Tive saudades intermináveis e dolorosas.
Revisitei velhos lugares e deslumbrei-me com novos.
Falei com estranhos e foram muitos.
Perdoei mas não voltei.
Superei a fobia ao telefone mas só profissionalmente.
Paguei dívidas e fiz promessas.
Tive conversas longas e profundas e discussões acesas e parvas.
Zanguei-me com uma pessoa importante e não recuperei.
Chorei a olhar para o Tejo num pequeno-almoço regado a vinho.
Não fiz a viagem e percebi que talvez não a farei tão cedo.
Senti-me estranhamente calma e em paz.
Ouvi sermões e dei muitos conselhos.
Escrevi nada ou quase nada e deprimi-me – este texto devia ter sido escrito há 2 meses.
Desejei que alguns momentos não acabassem.
Dancei, dancei, dancei e, mal dos outros, também cantei a plenos pulmões.
Dei gargalhadas daquelas que vêm do fundo e sorri com tudo.
Rezei muito e com muita fé.
Quase me apaixonei por uma pessoa pela segunda vez.
Disse “amo-te” sempre que pude e amei, amei em plena consciência e não há melhor do que isso.
Senti-me velha e tive os primeiros cabelos brancos – oh não!
Fui feliz na medida certa e agradeci como nunca!

terça-feira, 17 de maio de 2016

No Bar

Quanto mais tento esquecer,
Mais se acorda o pensamento.
E vejo ainda,
A pista tão cheia de gente,
A música, a dança, o riso alto e o momento,
Quando esbarrei o meu olhar de frente,
Oh céus! Como lembro!
Aquele brilho e o fulgor discreto,
Nos olhos mais serenos que já vi.
E naquele breve instante,
De mim ainda perto,
Assim, sem nada o prever,
Ah! Juro que senti,
O capricho do corpo,
O desejo de me atrever.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A Noite Interminável

Lembro-me do cais da Ribeira naquela noite de Quarta-feira quente.
As esplanadas despidas e o passeio deserto que nos impunham serenidade.
O Douro transformado numa brilhante passerelle onde aquela lua amarela e reluzente desfilava grandiosa.
- Onde está toda a gente? – Perguntaste de braços abertos a rodopiar sobre ti mesmo.
- Reservei a cidade para nós. - Disse-te naquele jeito de graça que te fazia rir e ficar com o ar de quem quase acreditava em impossíveis.
- Fazes-me melhor, Pilar. Fazes-me sempre ver o mundo como um lugar bonito.
Lembro-me de nos perdemos em conversas e de todas as nossas teorias mirabolantes sobre a vida.
Deitados, com os pés na borda do rio e os olhares presos naquele manto de veludo azul-escuro de céu.
- Sabes, o tempo antes nunca acabava e agora parece pouco para tantos sonhos. – Disseste-me, sem mais, como quem anuncia um fim não desejado.
- O tempo é o que quiseres que seja. Fecha os olhos. Tens cinco minutos para me dizeres o que farias se fosses o dono do tempo e lhe pudesses pôr um travão agora.
- Oh…! – Respondeste naquele teu tom resignado.
Levantei-me, dei-te um puxão e disse para dançarmos.
- Estás doida? Não! - Aquele teu medo de pé-de-chumbo assustado.
- Xiuuu…!
Dançámos num ritmo que o rio meio adormecido nos ia sugerindo, dançámos sem nos importarmos com o olhar de curiosidade daquele senhor que passeava o cão.
Lembras-te?
Afinal, sempre me disseste que não havia problema nenhum em sermos loucos e, como sempre te disse, eu confiava em ti e deixava-me ser.
- Percebo-te, obrigada! – Agradeceste-me no final.
Hoje, esta estranheza de me sentir calma. Lembro-me daquela noite que nunca mais teve fim.
Como te disse, somos nós que fazemos o tempo ser para sempre.


www.youtube.com/watch?v=ymwY8Wnl_hk

domingo, 13 de março de 2016

O Primeiro Dia Sem Ti

O Primeiro Dia Sem Ti

Hoje foi o meu primeiro dia sem ti e nunca pensei que me fosse custar tanto a tua ausência.
Ainda não saíste de casa mas, tenho a certeza que vai ser doloroso ver-te partir.
Sempre te chamei carinhosamente “o meu Hoje”, o meu HJ que via à distância no meio da multidão. Não há nenhum amigo a quem não te tenha apresentado. Todos te associavam a mim como se fosses uma parte de quem sou. E a verdade é que eras mesmo.
Poucos se podem dar ao luxo de ter a sintonia que nós temos (nós tínhamos)… ambos peritos em saltar números, facilmente passamos do 1 ao 3 e, quantas vezes, nem pelo um passámos.
Sempre me deixaste correr os meus próprios riscos mas puxaste por mim inúmeras vezes, tendo eu que te por o travão. E inúmeras vezes, também eu, levei-te ao limite e tu, subtilmente, fizeste-me ver que não podia abusar. Ainda assim, houve vezes em que nos desgovernámos, consigo ver-nos completamente destravados, ambos descontrolados mas sem nunca nos pormos em risco. Tanto tu como eu somos os maiores a meter água e água da grossa. Neste momento, veio-me à memória o dia em que me deixaste apeada às 5h da manhã, agora consigo achar graça e até te dou razão (fui parva em meter-te naquela confusão).
Lembro-me das vezes em que te deixei ir durante dias com algum amigo meu, na noite de Natal ias sempre à missa do galo com o meu melhor amigo. Lembro-me das noites em que, embora sejas muito individualista, te deixaste envolver por grupos grandes de amigos meus. Lembro-me de deixar-me ficar atrás a ver-te seguir ágil com alguma pessoa da minha confiança. Lembro-me das vezes em que fomos abordados pela polícia. Fomos abordados no nosso primeiro dia, lembras-te?
Esta relação meio acidental, sem o ser de verdade, será para sempre a mais especial. Foram 12 anos, caramba, 12! E antes de sermos parceiros nesta corrida da vida, já nos conhecíamos há muito. Conheci-te aos 13 anos, ias buscar-me à escola preparatória para me levares a casa e passados 6 tornamo-nos na melhor dupla de sempre.
Fizemos tantas viagens, fomos juntos a tantos lugares especiais. Guardaste tantos segredos meus, tantos disparates, tantas conversas… Céus, gosto de ti!
Hoje arrependo-me de não te ter tratado melhor, arrependo-me das noites em que não te deixei entrar em casa. Se eu soubesse que isto ia acabar assim, teria feito diferente, juro-te que sim!
Tive a minha primeira viagem sem ti. Custou-me horrores, em todos os momentos, em cada segundo me deixei abater pelas nossas memórias. Em todas as subidas que não consegui fazer da mesma forma de antigamente, em todas as tentativas de excesso… a falta que me fazes!
Não há volta a dar, já não te sinto meu, embora ainda sejas. Na verdade, serás sempre meu. E nem quero pensar quando te encontrar com outra pessoa.
Este meu novo colo não é tão frio quanto o teu, dá-me coisas que tu não poderias de maneira alguma dar-me. Ele aquece-me os pés e as mãos, dá-me segurança, tem um perfume melhor, não é duro comigo como tu costumavas ser (é bem mais calmo) e, como sabes, estava cansada de tapar os buracos. Mas, não consigo senti-lo, é distante e, tu sabes, eu amava a adrenalina que me fazias sentir.
De ti, guardarei as rosas (agora secas) e todas as memórias que o tempo jamais apagará!
Adeus meu querido "porsche" HJ.

19-02-2016

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Chuva

As pingas certas e sequenciais que caiem do andar de cima,
Penso sempre que são lágrimas.
É ridiculamente inevitável, penso assim.
Imagino todas as lágrimas que me escorreram pelo rosto.
Daquelas quentes e salgadas que,
Como as gotas de chuva sempre certas e sequenciais,
Pingam do queixo para o peito.
Gosto do sabor das lágrimas,
Antigamente não gostava.
Quando vejo a chuva penso nisto,
E em todas as lágrimas que deixei por chorar,
Por cansaço, vergonha ou sei lá o quê.
Vejo a chuva e penso assim,
Tão ridiculamente patética,
Agradeço por ela chorar por mim.