sexta-feira, 14 de setembro de 2012

No Intervalo

Descubro…
É como se houvesse vários graus, patamares ou intensidades.
Amo a liberdade.
Um pouco mais acima, amo tudo o que sou e a vida.
E no intervalo, nem mais nem menos, amo-te!

domingo, 2 de setembro de 2012

Aeroporto

Eu gosto de aeroportos, desde miúda que me fascinam aqueles reencontros e aquelas despedidas.
Sinto-me sempre esmagada por aquele misto de sentimentos que paira naquele espaço.
Numa zona há abraços apertados, há olhares de saudade, há últimos beijos e últimas palavras.
No outro lado há os mesmos abraços apertados mas os olhares, esses são diferentes, são brilhantes pela alegria de quem chega ou vê chegar alguém que ama, são os primeiros beijos e as primeiras palavras.
Com o tempo e com a idade, deixei de achar tanta piada àquele sítio porque ultimamente me faz sempre, de certa forma, sofrer.
Se não gosto de partir muito menos gosto de ver alguém ir embora, sinto saudades muito antes do momento da despedida, saudades que só acalmam quando, finalmente, tudo volta ao seu lugar e todos estão onde devem estar, juntos ou perto de mim.
Tenho o coração apertado, ainda mais do que quando me despedi de ti naquela maldita porta onde não fui capaz de pronunciar uma única palavra porque a cada tentativa o nó na garganta estreitava mais e mais. Sei que me percebes e sei que me ouviste através do nosso abraço demorado que me pareceu, porque me parece sempre, rápido demais.
Eu li as tuas lágrimas da mesma forma como leste as minhas, e sei que estavas a sentir o mesmo porque nos conhecemos para além do físico e do que é visível aos olhos.
Acompanhei-te por aquela parede de vidro até não ser mais possível seguir-te. Ali fiquei uma hora, fixada num quadrado do vidro pelo qual conseguia ver uma pequena parte daquele avião que te levaria.
Ali fiquei até ver aquele avião transformar-se num pequeno ponto no céu e desaparecer por entre as nuvens.
O meu coração continua apertado e juro que até sinto dificuldade em respirar, tu sabes que sou assim… sou sempre assim.
Ainda estás no meio das nuvens, provavelmente estás a ler ou a rir baixinho com alguma coisa que a pessoa que te calhou ao lado estará a fazer.
Também tens este nó na garganta e estás, com toda a certeza, tão triste quanto eu.
A tua almofada está na minha cama e vai ali ficar até voltares.
Eu sei que isto é tudo meio ridículo mas o amor é assim mesmo, um tanto dramático e patético.
Fazes-me falta, fazes-me mesmo falta…
Sossega-me apenas o saber que, provavelmente, irei visitar-te àquela cidade encantadora e cheia de luz.
Sossega-me o saber que, certamente, vai passar rápido, como tu dizes e repetiste ontem sempre que me enrosquei no teu colo.
Eu sei que o nosso amor vai para além das distâncias mas que posso eu dizer-te para além de que te quero sempre aqui comigo?!