segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

É com fúria...

É sempre com fúria que te amo.
Porque em mim os sentimentos são violentos.
Tenho medo da fraqueza dos sentimentos calmos e poucos profundos.
Na superficíe não há senão superficialidade.
E a parte vísivel é sempre ligeira, enganadora e plástica.
Gosto do que não se vê e do que me mostras secretamente.
Gosto que conheças a parte que visto por baixo da pele.
É sempre com fúria que te espero.
Porque a saudade em mim é violenta.
Tenho medo do desiquilíbrio mas não consigo equilibrar-me no meio termo.
Alguns julgar-me-ão doida mas prefiro manter-me nos opostos.
Gosto de te levar ao extremo porque só assim te sinto puro.
Gosto da forma como exploras o meu profundo, o meu eu sem misturas.
Se for para rir que sejam gargalhadas largas.
Se for para chorar que sejam lágrimas em catadupa.
O mais ou menos é tão insosso que me sinto sem paladar.
É com fúria que te agarro.
Porque de outra forma largaria os braços e deixar-te-ia.
Gosto da veemência das palavras,dos gestos e dos sentimentos que ardem, entusiasmam e elevam a alma.
Gosto da forma como controlas e motivas o meu excesso.
Gosto do demasiado que há em ti e de o exagerar.
Sou dramática, arrebatada, sou uma exaltada de emoções saudavelmente destemidas.
É sempre com fúria que te devoro porque te amo com força e com verdade.
É sempre com fúria… porque esse lume é a minha calma e o meu esplendor.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fica a Ternura

É com ternura que penso em ti.
Ao mesmo tempo vai subindo aquela tristeza suave que alimenta a alma de quem esqueceu qualquer coisa.
Abre-se um baú de saudade que transborda emoções.
Eriça-se a pele num arrepio demorado e proíbido.
O coração não entra aqui, há muito ficou interdito de participar nestas aventuras do recordar.
Mas, tudo é tão distante e demasiado ameno que tenho dificuldade em sentir.
Agora é com ternura que penso em nós.
Um nós magoado, absurdamente contraditório.
Essas imagens estão perdoadas e mergulhadas numa escuridão pintada de preto desbotado.
Como desbotada está a paixão retida nessas memórias.
Faço estas viagens ao que ficou para trás com um tremendo cuidado para não acordar nada que lá deva continuar desmaiado.
Percorro esta ternura em meias, uns pézinhos de lã para não perturbar o sono de sentimentos endurecidos e sarados.
A cada passo emendo a parede que me separa de ti, uma parede que de já tão remendada quase parece uma colcha bordada.
Quero continuar longe.
Quero que tudo se vá esbatendo.
Já só há ternura… e nostalgias mortas pelo tempo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Que nunca falte Amor

Eu já morri de amor.
Só que depois nasci de novo.
E amei de novo.
E morri outra vez.
Mas, então continuei a viver, apenas com algumas cicatrizes.
Eu já cai de amores uma meia dúzia de vezes.
E rastejei até esfarrapar os joelhos, as mãos e o peito.
Mas, depois ergui-me de novo com a mesma força.
Fiz o caminho de novo.
Eu já ceguei de amor.
E não via nada, nem o mais claro.
Quando por segundos via, cegava de novo.
Mas, quando curei a cegueira passei a ver maior, melhor.
Eu já senti amor.
Amor profundo, amor que rasga, que mata, que alimenta.
Amor do bom, das promessas, dos sonhos, amor que não dói.
Amor que transforma, que cresce, amor inteiro.
Amor que mesmo que depois nos mate, nos derrube e nos cegue, não deixa dúvida que só assim, apesar da dor, vale a pena.
Eu já senti amor.
E, por isso, sei que não há pior que o sem-amor, o que não sente ou nunca sentiu.
Venham mortes, venham dores... venha amor.
Que nunca falte amor no meu caminho porque ele é o próprio caminho!