É com ternura que penso em ti.
Ao mesmo tempo vai subindo aquela tristeza suave que alimenta a alma de quem esqueceu qualquer coisa.
Abre-se um baú de saudade que transborda emoções.
Eriça-se a pele num arrepio demorado e proíbido.
O coração não entra aqui, há muito ficou interdito de participar nestas aventuras do recordar.
Mas, tudo é tão distante e demasiado ameno que tenho dificuldade em sentir.
Agora é com ternura que penso em nós.
Um nós magoado, absurdamente contraditório.
Essas imagens estão perdoadas e mergulhadas numa escuridão pintada de preto desbotado.
Como desbotada está a paixão retida nessas memórias.
Faço estas viagens ao que ficou para trás com um tremendo cuidado para não acordar nada que lá deva continuar desmaiado.
Percorro esta ternura em meias, uns pézinhos de lã para não perturbar o sono de sentimentos endurecidos e sarados.
A cada passo emendo a parede que me separa de ti, uma parede que de já tão remendada quase parece uma colcha bordada.
Quero continuar longe.
Quero que tudo se vá esbatendo.
Já só há ternura… e nostalgias mortas pelo tempo.
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