Há uma duna de névoas e de memórias turvas.
Tantas tristezas sopra, agora, o vento.
E levantam-se todas as mágoas, no tempo enterradas.
Mancha-se o pensamento com nódoas antigas.
Perfilham-se os esconjurados arrepios antes desamparados.
A alma tinge-se de negro amargurado e arranhado.
Esfola-se a razão à força de ignorar, de esquecer.
Vêm fantasmas favorecidos por uma imaginação entusiasmada.
Mas há falta de coragem e há um intenso medo.
Uma febre violenta, um cansaço pouco audaz.
A consciência expressa-se num modo imperceptível ao corpo.
Infiel, demasiado infiel.
Nenhum calor, nenhuma ordem, só uma perturbação impiedosa.
Os olhos fecham-se numa emboscada a um sono esforçado.
E este silêncio que condena o delírio à sua merecida clausura.
Tudo se apaga enfim…
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