Se me sinto sozinha no meio de uma multidão.
Se me sinto sozinha não estando fisicamente abandonada.
Se me sinto sozinha quando tenho verdadeiros amigos.
Se me sinto abandonada no lugar em que me obrigo a estar.
Se me sinto abandonada quando renuncio a sentimentos de reunião.
Se me retiro mesmo sabendo que há amor para receber.
Se me afundo no meio de pressentimentos absurdos e pesados.
Só posso ser uma exagerada patética.
Só posso ser uma comovente exaltada.
Não busco piedades, aflições ou qualquer tipo de complacência.
Mereço estar só.
Quero o silêncio, a paz, o desterro.
Quero estar só.
Se me sinto só não estando.
Se me sinto não ser ao ser quem sou.
Sou eu… o meu único desprezo.
Perdida nas minhas multidões sentimentais.
Retiro-me e percebo que não preciso de ninguém para estar sozinha.
Percebo que afinal me julguei acompanhada, quando não podia estar mais desalinhada.
Deve ser febre ou uma alucinação do espírito.
Passei para a outra margem, talvez.
Sento-me com uma solidão pacificadora e espero…
Espero que passe a confusão e toda esta exaltação ridícula.
Sinto-me insignificantemente mesquinha.
Passo por mim e não me vejo.
Serena, espero o meu regresso.
Assim, lentamente vejo-me de novo…
E preparo-me para sentir tudo de novo.
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