Ao que chegaste meu bem… não sabes lidar comigo, connosco. Interrogo-me sobre o motivo de tal falha. Afinal não consegues libertar-te de mim, do nosso passado, das emoções que nos unem. Pensava que era uma incapacidade só minha, daquelas que atingem os apaixonados, que vivem as suas paixões assolapadas. Tentas por todos os meios afastar-te e lutarás até as tuas forças se esgotarem e quando tal acontecer ainda aqui vais estar, porque estamos infinitamente ligados e não vale a pena contrariar as circunstâncias incontornáveis da vida. És incontornável e eu sou-to da mesma forma. Uns dias manténs-te ocupado o dia todo, de forma a que eu nem me atreva a perturbar-te com as minhas conversas metafóricas e com os meus devaneios. Outros dias optas pelo estado offline, para que mesmo que eu fale não tenhas que responder porque jamais poderei saber se estás mesmo aí desse lado ou se estarei a falar sozinha. Há dias em que nem me envias daquela correspondência sem interesse, única e exclusivamente para que não saiba que te encontras na Internet. A Internet que é o único meio de contacto que temos. Evitas contactar comigo porque isso te incomoda, porque te irrito com as minhas críticas ferozes e redutoras. Devias saber que essa luta que travas terá os frutos contrários aos que pretendes. Jamais me deixarei levar pela tua distância, tenho uma necessidade básica, és uma necessidade básica. Mesmo que já não espere sonhos ou sentimentos de ti, és uma das minhas necessidades. Tenho necessidade de te falar ao coração, de te magoar, de partilhar as minhas realidades e por conseguinte, não adianta não quereres porque falarei sempre mesmo sem reposta. Já não preciso do teu feedback, sinto-me bem assim. Já não és aquela pessoa segura que conheci, ver-me ou falar comigo abala-te tanto que o melhor é nem o fazeres. Poderias no entanto, voltar à tua autonomia, à tua vida própria e relacionar-te com o mundo e com os amigos como as pessoas normais fazem. Não te deixes levar pela castração consequente da busca por uma seriedade relacional que não tens capacidade de atingir. Sê honesto sobretudo contigo porque as pessoas não têm que mudar de personalidade pelo amor e há comportamentos que em nada afectam a paz e pacatez de algumas relações. Acorda, desperta, todos gostam de ti pela tua espontaneidade e enfiares-te num casulo é algo que ninguém compreende. Nunca te esqueças que paixões vão e vêm, que o amor pode durar para sempre, mas que sem amigos não somos ninguém e… apesar de tudo é isso que pretendemos ser, portanto não me parece bem desistires dessa possibilidade porque como bem sabes eu ainda te faço bem e tu a mim. Ainda aprendemos um com o outro, mesmo que já não façamos grande falta um ao outro!
15 de Maio de 2009
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