quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sonhar é Possível

O impossível é tão-somente algo que representa e espelha o nosso quase inexistente ânimo.
E é tão fácil crer no irrealizável, que desculpa tão ali à mão, tão razoavelmente acessível.
Cada recusa nossa, cada submissão, cada nunca, todos os jamais e uns quantos em tempo algum serão irremediavel e mediocremente um passo adentro no desprezível remate que teimamos abraçar como incontornável desígnio da vida.
Vamos rasgar um a um, cada óbito de cada sonho.
Vamos viver todos os desejos mesmo que nos olhem com aqueles olhos descrentes ou nos julguem dementes e excessivamente incautos.
Só nós poderemos cuidar das nossas fantasias e são estas que nos dão o sentido de quem somos e o rumo que procuramos, são as fantasias que nos destinguem.
Que cada um cuide das suas!
Pois não há maior imprudência do que nos desfazermos das nossas vontades mais profundas e mais fiéis à alma.
Chega de remendos, chega de colagens que não disfarçam nem as mais discretas e leves frustrações.
Chega de fórmulas mágicas para a felicidade, quebrem-se todos os códigos secretos das utopias.
Desejar o impossível não é crime e eu oponho-me ferozmente a aceitar meia-felicidade, meia-verdade, meio-sonho… meio-tudo ou meio-nada.
Não há erro maior do que nos fazerem crer desde sempre, desde o ínício, que sonhar é dar voz ao irreal.
Ardam as privações, pois que só assim os caminhos se encurtam e os momentos largam as suas capas pesadas de oportunidades desperdiçadas.
Sonhar com o possivelmente impossível, ou ao contrário se preferirem, é fazer a vida valer a pena, porque a vida vale por cada sonho que vivemos e não menos do que isso!

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