Não sei onde dói, nem sei se dor é o que sinto.
Descubro que o caminho é longo.
E a espera cansa a alma e espanta a calma.
Sinto qualquer coisa que desconheço.
Dor não será por certo, mas magoa-se cá dentro.
Falta o ar como se o pescoço se apertasse numa angústia lenta.
O brilho morre-se na mão que se esfarela na porta.
O bater já quase não se ouve, não entro.
O espírito morre à míngua por um amor que não há.
E se o único alimento é esse que me falta,
E se morro numa fome que mata,
Como posso viver?
Faço pactos com a morte que não tarda.
Dou-lhe o braço, deito-me no seu regaço.
Faço pedidos e proponho trocas.
A única missão desejada é a que fica por cumprir.
O que importa?
Até o mais fiel desacatará um dia o prometido.
E não há nobreza maior que o perdão.
O começo é sempre o mais brindado e luminoso.
Agora, concedo-te fim o orgulho e a importância de seres a única lembrança.
Cumpre-se o desejo aflito num silêncio de serenidade.
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