Espero-te…
Sonho-te…
Desejo-te…
Suplico-te que venhas!
Vem deitar-te na areia… quente e escabrosa, como eu!
Ofereço-te a minha praia inteira!
Às vezes tu dizias que eu era a tua sereia e eu gostava.
Gostava porque nesse tempo era só sedução…era jogo manobrado, diversão.
Nunca dei o mergulho e nunca pedi que o fizesses também..
Nunca deixei que fosses rede.
Eras tão-só um isco que nunca mordi.
O mar era turvo, revolto e de um vermelho berrante.
Agora, ao invés…
Concedo-te a fantasia de seres peixe e mergulhares em mim.
Mergulha no meu corpo que é o teu mar…
Mergulha!
Faz do meu peito a tua enseada, o teu regaço mais abrigado.
Concedo-te a graça de seres o imperador do meu mar.
Que cada seio seja uma onda agitada que se levanta para ti.
Que as domines, mas que ainda assim te sejam um desafio.
Que o meu mar se abra para que lhe conheças o fundo.
Mergulha no meu íntimo, no mais profundo de mim.
Eu quero…
Transforma o vermelho em verde água limpo.
Quero ser-te cristalina.
Quero ser-te verde, de uma esperança pura.
Acho que te amo…
Concedo-te o desejo de seres o sal da minha água.
E que a equilibres ao teu gosto…
Água doce é insossa e salgada demais traz secura.
Quero ser a tua praia, vem à minha praia!
Sê peixe, sê pirata, sê criança, sê senhor, sê sal, sê doce.
Sê o que quiseres.
Mergulha no meu mar.
Faz castelos de areia.
Mexe nas minhas cores e mistura-as, se quiseres.
Controla a minha rebentação e as minhas ondas.
Deixa pegadas longas e sem fim.
E no fim, cansado e realizado deita-te sobre a areia.
Com calma… sereno!
Que se levante uma brisa melodiosa e suave.
Nesse momento, verás tudo voltar ao seu lugar.
A paisagem difusa e fosca converter-se-á na mais nítida de sempre.
A lúz fechada e trémula abrir-se-á num radioso sol que jamais viste.
Ofereço-te a minha praia completa!
Vem... fica... sê meu… e pronto, ama-me!
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