segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O vento não se vê,sente-se...

Foste aprendendo, tal como eu, que nem sempre temos connosco as pessoas que amamos.
Um dia poderás não me ter por perto, poderás simplesmente nunca mais me ter.
Todos nós já perdemos alguém, todos acabam sempre por perder alguém.Lembrar-me-ei sempre de ti e sei que tu jamais me esquecerás…
Podes procurar-me sempre no baú e nas maiores loucuras que te vierem à memória… ah, e nas cartas, em todas as cartas enviadas e recebidas, nas que não foram entregues e nas que estão rasgadas.
Tenho a certeza que me vais encontrar no longo eco das gargalhadas profundas do passado, ao longe conseguirás ouvir-me, conseguirás ver o sorriso rasgado nesses momentos.
O passado...ah,o passado,esse misterioso imortal, esse maravilhoso passado que nos torna especiais na sua fascinante condição de não voltar.
Haverá momentos em que me vais tocar, em que te vou tocar, em que me vais sentir e pensar que estou contigo.
Encontra-me naquela árvore, naquela escada em frente ao mar onde entrei na tua vida e te gravaste na minha.
Estarei lá sempre que me quiseres.
Sente-me no vento, tudo o que eu sou está no vento… podes escutar-me a bater à tua janela quando o silêncio te fizer companhia.
Eu sou o vento,sou os nossos sonhos,os teus desejos,as minhas alegrias, ouves-me no vento, tudo o que eu sou voa no vento.
Quando a chuva molhar a terra, quando a terra se fizer lama e o vento se levantar e fizer rodopiar o pó, estarei a dançar para ti… serei sempre o par da tua felicidade.
Virei sempre pela noite, sabes que o sol me caracteriza, mas é a paz da noite que me alimenta, me ama e acompanha… pela noite dar-te-ei aquele abraço intenso e inquebrável.
Inquebrável como o nosso laço… para além da vida e da morte, vou estar contigo.
Estarás sempre comigo, estarás no brilho dos meus olhos, na minha gargalhada, nas minhas mãos, na minha boca.
Poderão todos ver-te em mim… da maneira mais discreta.
Lá fora está sol…consigo ver-te…cheiro-te e retenho-te no vento...

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