Cometo sempre a imprudência de acreditar.
De me fazer ao caminho quando todos me dizem que não é por ali.
A inocência de pensar que quem dá a sua palavra tem honra.
E que vale mais a morte do que ser verme maleável.
Uma jura não devia ser uma treta.
A necessidade de acreditar que uma palavra não é só uma palavra.
Que dizer a verdade é tudo o que importa.
Incauta esta busca pela clareza.
Em que o preto no branco vale mais do que qualquer manobra ou habilidade.
Esqueço-me que o mundo é para os ardilosos, hábeis na encenação.
Esqueço-me que no fim ninguém quer saber do que disse.
Tropeço sempre no egoísmo parvo que se enfurece e me derruba.
As máscaras não deixam ler o que diz a pele.
E são bonitas e vestem personagens magníficas.
Discursos dignos de prémio, posturas que transpiram rectidão.
Mas que vão beber ali, ao mar da aparência, gotas de traição.
E o pano cai, o ego inflama-se e a fractura exposta deixa ver o sujo que há por dentro.
O lixo abunda… e dignidade? Nenhuma.
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